Lua Costa tinha apenas 17 anos quando foi diagnosticada com miastenia gravis, uma rara doença autoimune que afeta o controle dos movimentos do corpo. Desde então, aos 33 anos, Lua vive com a constante luta contra os sintomas debilitantes da doença, que incluem dificuldade para engolir, falar e fraqueza muscular.
Miastenia gravis ocorre quando o sistema imunológico ataca células saudáveis, confundindo-as com ameaças. Isso faz com que as proteínas que conectam o sistema nervoso aos músculos sejam atacadas, resultando na perda de controle muscular. “Os ataques impedem a pessoa de manter a postura, movimentar os membros, a face ou até mesmo de controlar a própria respiração e a capacidade de deglutição”, explica a neurologista Renata Andrade.
Os sintomas da miastenia gravis incluem alterações na voz, visão dupla, pálpebras caídas e engasgos frequentes. A doença não é progressiva, mas ocorre em crises flutuantes que podem durar dias ou semanas. Lua Costa experimentou esses sintomas de maneira clássica, inicialmente reclamando de dificuldade para engolir e falar, além de visão dupla. O diagnóstico veio após uma cirurgia ginecológica de emergência, quando um médico recomendou que ela procurasse um neurologista.
A causa exata da miastenia gravis é desconhecida, embora haja uma predisposição genética. Muitas vezes, o diagnóstico leva de um a dois anos, período durante o qual os sintomas podem piorar antes de iniciar o tratamento adequado. A terapia geralmente envolve medicamentos para reduzir a agressividade do sistema imunológico, como corticoides, imunossupressores e imunoglobulinas.
A descoberta da miastenia gravis mudou completamente a vida de Lua. Ela aprendeu a adaptar sua rotina e reconhecer os sinais da doença, priorizando sua saúde mental e emocional. “Às vezes, durante um encontro familiar, começo a sentir dificuldade de engolir. Ser franca sobre minha condição me ajudou a sentir mais segura e a controlar as crises”, explica Lua.
A influenciadora ajustou sua rotina, incorporando exercícios regulares para melhorar o controle muscular. Embora a miastenia gravis não tenha cura, cuidados especializados podem ajudar a evitar crises e a lidar com os sintomas. Uma das maiores dificuldades que Lua enfrenta é o desconhecimento sobre a doença, até mesmo entre profissionais de saúde.
Para aumentar a conscientização sobre a miastenia gravis, Lua começou a divulgar informações sobre a doença nas redes sociais. “Meu principal objetivo é tornar a miastenia tão conhecida quanto uma gripe”, afirma. Através de suas plataformas, ela busca educar e apoiar outras pessoas que enfrentam a mesma condição, destacando a importância de um diagnóstico rápido e tratamento adequado.