Potencial de Vida: O Poder dos Dentes de Leite na Saúde Futura das Crianças.
Após a queda dos dentes de leite, muitos pais tradicionalmente escolhem guardá-los como recordação ou para a fada do dente. No entanto, uma tendência crescente está direcionando esses pequenos tesouros biológicos para clínicas de criogenia, visando preservar as células-tronco presentes na polpa desses dentes. Este movimento, além de ser mais acessível do que congelar o cordão umbilical, está revelando um potencial revolucionário para futuros tratamentos médicos.
Estudos sugerem que as células-tronco presentes nos dentes de leite podem ser cruciais para a regeneração e reparação de tecidos, inclusive no tratamento de condições como lábio leporino. A pesquisadora Karla Rezende, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que essas células têm o potencial de melhorar a qualidade de vida em casos de doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, com a expectativa de tratamentos pioneiros disponíveis nos próximos dez anos.
Ao contrário do custoso processo de congelar o cordão umbilical, o serviço de congelamento da polpa dos dentes de leite tem um valor mais acessível, em torno de R$ 2.600, com uma taxa de manutenção anual de R$ 450. A polpa é mantida congelada a -196ºC por tempo indeterminado, oferecendo uma reserva potencial para tratamentos futuros.
Os pais que optam por congelar a polpa dos dentes de leite podem, além disso, contribuir para a pesquisa doando o restante do dente. Essas doações são valiosas para o treinamento de dentistas e diversas pesquisas. Apesar dos resultados promissores, é importante destacar que a técnica ainda está em fase de pesquisa e apresenta limitações que exigem aprofundamento antes de ser considerada totalmente consolidada pela comunidade acadêmica. O uso de células-tronco no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson permanece hipotético e requer mais investigação.