O zumbido no ouvido, conhecido como “tinnitus”, afeta cerca de 28 milhões de brasileiros e aproximadamente 278 milhões de pessoas globalmente, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este distúrbio, caracterizado por sons constantes ou zumbidos que não têm origem no ambiente circundante, é rodeado por mitos e verdades que merecem atenção.
O som do zumbido varia significativamente, sendo descrito por alguns pacientes como um “zzzzz” semelhante a um enxame. Contudo, a diversidade de experiências revela que o zumbido pode ser associado a apitos, cigarras, conchas, panelas de pressão, cachoeiras e chiados, conforme explicado pelo otorrinolaringologista Dr. Cássio Antonini.
A causa do zumbido reside na emissão indiscriminada de impulsos pela via auditiva, mesmo na ausência de fonte sonora. Identificar a origem desses impulsos é o principal desafio, já que o zumbido é um sintoma, não uma doença específica. Cera excessiva, infecções e lesões no ouvido são algumas causas possíveis, mas fatores não diretamente ligados ao sistema auditivo, como desvios da coluna vertebral, diabetes e alterações cardiovasculares, também podem contribuir.
Contrariando a crença de que o zumbido afeta predominantemente os idosos, ele pode se manifestar em qualquer idade, independentemente da audição. Embora as mulheres sejam mais afetadas, a razão ainda não é completamente compreendida.
O mito de que não há tratamento eficaz para o zumbido surge da dificuldade em identificar suas causas. No entanto, tratamentos existem quando a origem é diagnosticada. A terapia de adaptação conhecida como TRT (Terapia de Retreinamento do Zumbido), desenvolvida na década de 1990, envolve acostumar o paciente a conviver com o som até que ele se torne imperceptível. A fonoaudióloga Andrea Eichner destaca a importância de buscar tratamento adequado, especialmente para aqueles que enfrentam zumbidos intensos, que podem impactar a saúde mental e levar a medidas extremas.