Uma mulher de 22 anos, residente em Melbourne, Austrália, passou por uma situação rara e delicada quando o implante contraceptivo hormonal que ela havia colocado no braço migrou para o coração. A paciente, identificada como Cloe Westerway, foi submetida a uma cirurgia para a remoção do implante que estava alojado no músculo cardíaco, tornando este o primeiro caso desse tipo conhecido no mundo.
O implante contraceptivo é um dispositivo pequeno e flexível, geralmente inserido logo abaixo da pele na parte interna do braço. Medindo cerca de 4 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro, contém uma alta dose de etonogestrel, um hormônio feminino sintético. Esse hormônio é liberado continuamente, inibindo a ovulação e alterando o muco cervical para tornar o ambiente próximo ao útero desfavorável para a sobrevivência dos espermatozoides. O implante é considerado uma forma eficaz e praticamente indolor de contracepção, com duração de até 3 anos.
Cloe Westerway relatou que, após a inserção do implante no início do ano, começou a experimentar sintomas como azia, fortes dores de cabeça, sangramentos intensos, vômitos e palpitações. Ela explicou:
“Usei o mesmo implante quando tinha 15 anos e deu muito certo. Estava confiante em usá-lo novamente. Parecia muito seguro, e a clínica realizava o procedimento rotineiramente. No entanto, os sintomas apareceram rapidamente.“
Diante das queixas da paciente, os médicos decidiram que a retirada do dispositivo seria a melhor opção. No entanto, durante o procedimento de remoção, não conseguiram localizá-lo.
Após exames de imagem, os profissionais de saúde identificaram que o implante contraceptivo havia migrado dos tecidos do braço para as artérias pulmonares do coração, onde parcialmente obstruía a parte esquerda do órgão. Segundo os médicos, o implante não foi corretamente inserido, sendo implantado diretamente em uma veia ou tão próximo dela que acabou migrando para o interior da veia, e posteriormente para o coração.