As dores na canela são uma das queixas mais comuns entre corredores e praticantes de atividades físicas. Esse incômodo, que muitas vezes começa de forma leve, pode evoluir para a chamada canelite — também conhecida como síndrome do estresse medial da tíbia ou periostite tibial. Embora seja frequente, exige atenção para não se transformar em um problema crônico.
A canelite ocorre devido a uma inflamação nos músculos, tendões ou ossos da região tibial. Os sintomas incluem dor intensa durante a prática esportiva, sensibilidade ao toque e, em casos mais graves, inchaço. Segundo especialistas, pessoas com sobrepeso, iniciantes em treinos ou atletas que exageram na carga de exercícios estão mais propensas a desenvolver o problema.
O educador físico Leandro Twin ressalta que a canelite não afeta apenas quem pratica esportes regularmente: “Pessoas sedentárias também podem sofrer com estresse na região da canela, principalmente quando há excesso de peso corporal”.
Entre as principais causas estão o excesso de treinos sem descanso adequado, uso de calçados inadequados, impacto repetitivo em terrenos duros — como o asfalto — e a falta de fortalecimento muscular. O ortopedista Arnaldo Hernandez, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a tíbia é uma região de grande sobrecarga nos movimentos de corrida e salto, o que favorece a inflamação.
Prevenção e cuidados
A melhor forma de evitar a canelite é investir em musculação e fortalecimento da região tibial, além de alongamentos e aquecimento antes das atividades físicas. O especialista ressalta que, muitas vezes, o condicionamento cardiorrespiratório evolui mais rápido do que a força muscular, criando um desequilíbrio que leva às dores.
Também é importante escolher tênis adequados ao tipo de pisada e, se houver sobrepeso, adotar estratégias de emagrecimento para reduzir o impacto nas articulações.
Tratamento
Quando as dores já estão presentes, recomenda-se alternar a corrida com atividades de menor impacto, como natação ou ciclismo, permitindo que o corpo se recupere. Compressas frias, repouso e fisioterapia podem acelerar a melhora.
Se os sintomas persistirem, a orientação é procurar um ortopedista, que poderá prescrever medicamentos anti-inflamatórios e indicar um tratamento adequado. Com paciência, cuidado e acompanhamento profissional, é possível se recuperar e voltar às corridas com mais segurança.