A polícia identificou inconsistências no depoimento do homem que confessou ter assassinado Vitória Regina de Souza, de 17 anos, e ocultado seu corpo em uma área de mata na cidade de Cajamar, na Grande São Paulo. Apesar da confissão, os laudos periciais apresentam detalhes que contradizem sua versão dos fatos.
O suspeito afirmou que a vítima tentou agredi-lo, o que o levou a atacá-la com uma faca que mantinha no carro. No entanto, laudos periciais indicam que a vítima sofreu três perfurações – no rosto, no pescoço e no tórax – enquanto ele declarou ter desferido apenas dois golpes.
De acordo com seu relato, ele conheceu a jovem cerca de um ano e meio antes do crime e alegou que ela o ameaçava, dizendo que revelaria o envolvimento entre os dois para sua esposa. No dia do crime, encontrou Vitória enquanto ela caminhava para casa e a convenceu a entrar em seu carro para uma conversa. Durante o diálogo, ao pedir que não mencionasse nada à esposa, segundo seu relato, a jovem teria reagido de forma agressiva, levando-o a atacá-la.
Após cometer o crime, afirmou que entrou em pânico e dirigiu até sua residência, onde colocou o corpo no porta-malas e pegou uma enxada. Em seguida, dirigiu-se a uma estrada de terra para cavar uma cova e ocultar os restos mortais da vítima. A faca usada foi descartada em um rio próximo, mas ainda não foi localizada pela polícia.
Outro ponto de contradição envolve o local onde o corpo foi encontrado. O suspeito declarou que enterrou a jovem em um ponto diferente do que foi identificado posteriormente pelas autoridades, o que levanta dúvidas sobre sua real participação na remoção do corpo.
Os investigadores acreditam que ele possa ter se confundido devido ao estado emocional no momento ou que tenha omitido informações. Além disso, as investigações apontam que o suspeito perseguia a jovem há meses, demonstrando uma obsessão por ela.
Foram encontradas imagens da vítima armazenadas por ele, assim como registros de outras mulheres com características físicas semelhantes. A perícia médica confirmou que a causa da morte foi uma hemorragia decorrente dos ferimentos, sem indícios de tortura ou violência sexual.
A polícia segue analisando os detalhes do caso para esclarecer todas as circunstâncias do crime e concluir o inquérito. Segundo o advogado da família de Vitória, há suspeitas de que Maicol não tenha agido sozinho.