Após dois anos convivendo com o diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável (SII), a britânica Sarah Mahon, de 29 anos, finalmente descobriu a verdadeira causa de suas dores: a endometriose.
Em 2022, Sarah começou a experimentar cólicas dolorosas que frequentemente a deixavam incapacitada e com náuseas. As dores eram tão intensas que ela precisou parar de manter relações sexuais com seu namorado. Durante esse período, Sarah consultou sete médicos diferentes, todos convencidos de que seus sintomas estavam relacionados a problemas intestinais.
Foi somente ao buscar uma clínica particular, em fevereiro deste ano, que Sarah recebeu o diagnóstico correto de endometriose. “Uma das partes mais difíceis foi a negligência médica. Quatro médicos me disseram que era apenas SII. Eu mencionei a endometriose e que minha mãe também tinha, mas eles insistiram que meu problema era digestivo e não me testaram. Disseram que o teste demandaria muitos recursos para algo que eles não acreditavam que eu tinha”, desabafou Sarah em uma rede social.
Sarah relatou que, em algumas manhãs, não conseguia mover os braços e as pernas devido ao cansaço extremo, e até atividades simples como tomar banho se tornavam extenuantes. “Eu sentia que eles não acreditavam em mim. Lavar o cabelo exigia tanto esforço que eu precisava descansar depois”, relembrou.
A endometriose é uma condição onde o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando dores intensas, especialmente durante a menstruação, e pode levar à infertilidade. O diagnóstico é feito por exames de imagem, e os sintomas incluem dores pélvicas e abdominais, desconforto durante o sexo e ao evacuar e urinar, impactando significativamente a vida das mulheres e podendo levar à depressão. Não há cura, e o tratamento é paliativo, visando controlar os sintomas. Nos casos graves, a histerectomia pode ser necessária.
Em abril, exames confirmaram a endometriose de Sarah e ela foi submetida a uma cirurgia para remover o excesso de tecido entre o útero e o reto, e na parede pélvica. “A dor desapareceu completamente. Tenho muito mais energia e me sinto uma nova pessoa. O médico disse que fiz a cirurgia a tempo de evitar maiores complicações, e meus ovários não foram afetados”, compartilhou.
Hoje, Sarah incentiva outras mulheres a buscar respostas e a não desistirem até obterem um diagnóstico preciso. “Não desistam. Tive muita sorte de descobrir a tempo. Procurem especialistas e conectem-se com pessoas em situações semelhantes”, aconselhou.