Dor no ombro pode ser sinal de diabetes: especialistas alertam para risco de capsulite adesiva

Sentir dor persistente no ombro sem histórico de esforço físico pode ser mais do que um simples incômodo. Estudos apontam que esse sintoma pode estar relacionado ao diabetes, especialmente devido à capsulite adesiva, popularmente conhecida como “ombro congelado”. Essa condição causa dor intensa, rigidez e perda de mobilidade, sendo até cinco vezes mais comum em pessoas com diabetes do que na população em geral.

A ligação entre a doença metabólica e o ombro congelado está no descontrole dos níveis de glicose no sangue. Quando permanecem elevados por longos períodos, eles provocam alterações nos tecidos conjuntivos, levando à inflamação e ao enrijecimento da cápsula articular.

O que é a capsulite adesiva

A capsulite adesiva é caracterizada pela inflamação da cápsula articular, estrutura responsável por envolver e lubrificar a articulação do ombro. Quando ela endurece, o espaço para movimentação diminui, resultando em dor e limitação progressiva. O quadro evolui em três fases:

  • Inflamatória: dor intensa, principalmente à noite.

  • Congelamento: rigidez e perda crescente de movimento.

  • Descongelamento: melhora gradual da mobilidade, embora o processo possa durar meses.

Nos diabéticos, o excesso de glicose pode se acumular no colágeno das articulações, tornando os tecidos menos elásticos e mais inflamados. Além disso, problemas como neuropatia diabética e alterações circulatórias contribuem para a piora do quadro.

Sintomas que exigem atenção

Nem toda dor no ombro indica capsulite adesiva, mas alguns sinais devem ser investigados:

  • Dor persistente, pior à noite.

  • Rigidez que não melhora com repouso.

  • Dificuldade para levantar o braço ou realizar movimentos simples.

  • Perda progressiva da amplitude de movimento.

Esses sintomas comprometem tarefas cotidianas, como vestir roupas ou alcançar objetos, e podem ser confundidos com outras doenças, como tendinite ou bursite.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é clínico, podendo ser complementado com exames de imagem. O tratamento inclui fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e, em alguns casos, injeções de corticosteroides. Exercícios de alongamento e fortalecimento são fundamentais para recuperar a mobilidade.

Para quem tem diabetes, manter a glicemia controlada é essencial não apenas para prevenir complicações, mas também para proteger a saúde das articulações.

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