A Polícia Civil (PC) está investigando a morte de uma mulher de 32 anos ocorrida durante o procedimento de remoção de um dispositivo intrauterino (DIU) em uma clínica localizada em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte. O pai da vítima denunciou o caso às autoridades nesta quarta-feira (8 de novembro), alegando um suposto erro médico.
Conforme informações registradas no boletim de ocorrência, no último sábado (4 de novembro), o pai, o genro e a filha dirigiram-se à clínica médica para a retirada do contraceptivo, a qual seria realizada por um médico cardiologista. A mulher entrou no consultório por volta das 7h.
Após mais de duas horas sem retorno da filha, o pai ficou apreensivo quando a recepcionista entrou no consultório com duas bolsas de soro. Ao retornar, a funcionária dispensou os demais pacientes e, ao ser questionada sobre a filha, alegou desconhecimento. O pai e o marido permaneceram aguardando, observando atividades incomuns na sala de atendimento.
Em um momento crítico, o pai abordou duas mulheres que saíam da sala, obtendo a informação de que “a situação dela não está boa”. Posteriormente, uma equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Matozinhos chegou com um desfibrilador, retirando a vítima da sala em uma maca e encaminhando-a para a UPA. O pai notou que a filha estava pálida e com lábios arroxeados, questionando o médico sobre seu estado. Este negou o óbito, alegando ter realizado procedimentos de ressuscitação por 19 vezes, impedindo o acompanhamento do esposo na ambulância.
Após horas de incerteza, um rabecão chegou à UPA por volta de 14h30, informando que foi acionado para retirar o corpo de uma mulher de mesmo nome que a filha do denunciante. Somente então, os familiares foram informados sobre o falecimento. O pai, ao tocar o corpo, percebeu rigidez, sugerindo que a morte ocorreu horas antes.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia, enquanto a família busca esclarecimentos na clínica, sem sucesso até o momento. O boletim de ocorrência destaca a ausência das causas da morte na declaração de óbito, aguardando-se o laudo de necropsia. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias do falecimento, aguardando laudos periciais. A clínica em questão possui alvará sanitário, segundo informações da Secretaria de Saúde e Vigilância Sanitária de Matozinhos. O Conselho Regional de Medicina foi contatado, e a reportagem aguarda retorno. A equipe também tentou contato com a clínica, sem sucesso até o momento desta atualização.