Casal chegou a arrecadar R$3 milhões.
De tempos em tempos, surgem histórias comoventes nas redes sociais envolvendo pessoas em necessidade. Muitas vezes, uma onda de solidariedade se forma, resultando em campanhas de arrecadação. Uma dessas histórias, que ganhou grande notoriedade, foi a do menino Jonatas, portador de Atrofia Muscular Espinhal (AME), que necessitava de cuidados especiais dos pais.
Em 2017, os pais de Jonatas, Renato e Aline Openkoski, iniciaram uma campanha online para arrecadar dinheiro, alegando que o valor seria destinado à compra de medicamentos para o menino. A campanha “AME Jonatas” viralizou, e a família conseguiu arrecadar cerca de R$3 milhões.
No entanto, em 2018, Renato e Aline se tornaram alvo do Ministério Público. O casal era suspeito de usar parte do dinheiro arrecadado para adquirir itens de luxo. A investigação da Polícia Civil levou ao bloqueio dos fundos da campanha.
O Ministério Público aceitou a denúncia da Polícia Civil e representou contra o casal por estelionato e apropriação indevida de parte do dinheiro arrecadado. Renato e Aline foram acusados de se apropriar de pouco mais de R$200 mil da campanha.
Em janeiro de 2022, Jonatas faleceu devido a complicações de sua condição. Em outubro do mesmo ano, Renato e Aline foram condenados pela primeira vez. Recorreram da decisão e responderam em liberdade enquanto o processo seguia seu curso.
Em março de 2024, a justiça emitiu mandados de prisão contra o casal, que ficaram foragidos até serem capturados. Renato foi condenado a mais de 38 anos de prisão, enquanto Aline recebeu uma pena de mais de 22 anos.
Este caso é um triste exemplo de como a solidariedade das pessoas pode ser explorada de maneira fraudulenta. A história de Jonatas, que mobilizou milhares de pessoas em uma corrente de apoio, acabou se transformando em um caso de estelionato, abalando a confiança em campanhas de arrecadação online. É crucial que medidas mais rigorosas sejam implementadas para garantir a transparência e a correta utilização dos recursos arrecadados em campanhas de solidariedade, protegendo tanto os doadores quanto os beneficiários legítimos dessas ações.