A recente morte da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de Brasília, após um procedimento estético, destacou os riscos associados ao uso de PMMA (polimetilmetacrilato) em preenchimentos. Aline, de 33 anos, sofreu uma infecção generalizada após a aplicação da substância nos glúteos em uma clínica de Goiânia.
O PMMA é um material plástico que, diferentemente do ácido hialurônico e do colágeno, não é absorvido pelo corpo, podendo causar sérias reações imunológicas. A Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBPC) não recomenda seu uso para fins estéticos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugere que o gel seja utilizado apenas em casos de deformações corporais decorrentes de doenças graves.
Maria Roberta Martins, cirurgiã plástica e representante da SBPC, alerta para os inúmeros riscos do PMMA à saúde, incluindo a possibilidade de morte. “Existem várias considerações negativas bem documentadas sobre o uso do PMMA. Ele pode causar a formação de nódulos, inflamações, infecções e comprometer o sistema vascular, tudo em resultados indesejados e irreversíveis. Também podem ocorrer complicações mais graves, como insuficiência renal e até óbito pelo uso do produto”, detalha a especialista.
Segundo a SBPC, os riscos do uso de PMMA para fins estéticos incluem:
- Processos inflamatórios e infecciosos;
- Necrose da pele e áreas adjacentes;
- Comprometimento do sistema cardiovascular;
- Infecção renal, se a substância entrar na corrente sanguínea;
- Cegueira, se o produto pressionar ou invadir o globo ocular;
- Embolias pulmonares, especialmente em preenchimentos nasais;
- Morte devido a infecções graves.
Devido a esses riscos, o PMMA tem sido desaconselhado até para casos onde anteriormente era indicado. “Esse produto foi usado por muitas décadas no preenchimento estético, mas tem sido desaconselhado justamente pelo número de complicações associadas”, observa Maria Roberta Martins. “É crucial que os pacientes estejam cientes dos riscos de procedimentos com PMMA e que se assegurem de não usá-lo”, aconselha.
Para se proteger, é fundamental que os pacientes estejam informados e cautelosos. Muitas vezes, o PMMA é aplicado sem o conhecimento do paciente, sendo vendido como um bioestimulador. Os pacientes só descobrem o uso da substância após surgirem efeitos indesejados.
Ao considerar um preenchimento estético, é essencial pesquisar o método e os produtos a serem utilizados. Procedimentos devem ser realizados apenas por médicos especialistas, como dermatologistas e cirurgiões plásticos, registrados no Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, verificar os frascos dos produtos a serem aplicados pode prevenir complicações e garantir a segurança do procedimento.