Um caso chocante de cárcere privado veio à tona graças à intervenção da Polícia Militar do Pará (PM-PA) na última terça-feira (13/02). Uma mulher de 39 anos foi libertada após passar mais de duas décadas sendo mantida em condições desumanas por sua própria família.
O crime foi descoberto na cidade de Cametá, no interior do Pará. A vítima, ainda lúcida, relatou aos policiais que estava acorrentada em sua própria casa desde os 18 anos de idade até o momento do resgate. Curiosamente, ela completaria 40 anos poucos dias após o resgate, no dia 26.
O resgate ocorreu quando os policiais realizavam uma patrulha pelo bairro Novo, por volta das 23 horas, e ouviram gritos de socorro vindos de uma residência. Ao se aproximarem, encontraram a mulher com os pés acorrentados, presa na janela do imóvel.
O local onde a vítima estava era insalubre, evidenciando condições desumanas, com sinais de fezes e urina. No momento da intervenção, a polícia encontrou o pai da mulher, que indicou a mãe e a irmã como responsáveis pela situação.
Mãe e irmã foram conduzidas à delegacia para prestar esclarecimentos. Segundo informações das autoridades, a vítima é paciente psiquiátrica e foi encaminhada ao hospital para receber atendimento adequado.
Além disso, foi garantido acompanhamento à família da vítima. No entanto, não foram divulgados detalhes sobre o registro do boletim de ocorrência nem os nomes dos envolvidos.
Esse triste episódio evidencia a necessidade de uma maior atenção e cuidado com pacientes psiquiátricos, muitas vezes vítimas de abusos e torturas, em um contexto onde a falta de esclarecimento pode resultar em negligência e sofrimento prolongado.