Quatro Maus Hábitos que Afetam a Memória na Terceira Idade

“A memória é o diário que todos nós carregamos conosco”, escreveu o célebre autor irlandês Oscar Wilde. No entanto, à medida que envelhecemos, algumas páginas desse diário podem se perder. Isso é não apenas desconcertante, mas também doloroso.

O neurocientista Charan Ranganath, diretor do Laboratório de Memória Dinâmica da Universidade da Califórnia, estuda a memória há 25 anos e garante que alguns hábitos podem minimizar os riscos de perdermos essas páginas preciosas.

1. Não descansar o suficiente

À medida que envelhecemos, tendemos a dormir menos horas, e problemas no trabalho, econômicos e de saúde podem afetar a qualidade do sono. O sono inadequado prejudica a saúde, pois o cérebro possui um sistema que drena toxinas, como a proteína amiloide, associada ao Alzheimer, e esse sistema é ativado à noite. Além disso, o sono reorganiza nossas memórias. Para uma noite de sono reparadora, evite usar celulares e computadores, refeições pesadas, álcool e cafeína antes de dormir. Para quem tem dificuldade de dormir à noite, uma soneca durante o dia pode ser benéfica.

2. Ser multitarefa

Embora a multitarefa seja vista como uma habilidade positiva, Ranganath alerta que ela pode ser prejudicial à memória. O córtex pré-frontal, responsável por focar nos objetivos, é prejudicado quando alternamos entre tarefas. Isso causa distrações e memórias fragmentadas. Evite multitarefa completando uma atividade antes de iniciar outra e minimize distrações como notificações de celular.

3. Cair na monotonia

O cérebro humano não é programado para lembrar de tudo, mas sim para ser seletivo. Experiências associadas a emoções fortes são mais facilmente lembradas. Para manter a plasticidade cerebral, é importante quebrar a rotina e evitar a monotonia. Experiências novas e desafiadoras ajudam a preservar a capacidade de lembrar.

4. Ser confiante demais

Muitas pessoas superestimam sua memória até perceberem que não é tão boa. O cérebro não foi projetado para lembrar de tudo, mas para usar informações do passado para entender o presente e preparar para o futuro. Em vez de confiar apenas na memorização, é melhor desafiar-se a evocar memórias e depois verificar se estão corretas. Por exemplo, tentar lembrar o nome de alguém minutos após ser apresentado e repetir isso durante a conversa.

Além de evitar esses maus hábitos, é fundamental adotar práticas saudáveis como boa alimentação, exercício físico, cuidado com a saúde bucal e auditiva, e manter relações sociais. Essas práticas ajudam a preservar a memória e reduzir o risco de demência. Segundo a Sociedade de Alzheimer do Canadá, 40% das pessoas podem ter problemas de memória aos 65 anos, mas hábitos saudáveis podem reduzir esse risco.

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