A história de Gabrielle Avelar, uma professora de 44 anos, é um relato marcante de quase duas décadas de luta contra a endometriose e a adenomiose, dois distúrbios que afetam o sistema reprodutivo feminino. Seu tormento, caracterizado por dores incapacitantes e sangramentos excessivos, só encontrou fim com uma decisão drástica: a histerectomia, cirurgia que remove o útero.
O diagnóstico preciso de Gabrielle só veio aos 41 anos, mas suas batalhas começaram na adolescência, com um fluxo menstrual intenso e prolongado. “Minha menstruação sempre durava entre 7 e 10 dias, às vezes até 15 dias. Não tinha absorvente que pudesse conter tanto sangramento”, relembra ela.
A endometriose e a adenomiose são doenças complexas que afetam milhões de mulheres em todo o mundo. Enquanto a endometriose ocorre quando células do endométrio se deslocam e se implantam em outras regiões do corpo, a adenomiose é caracterizada pelo crescimento anormal do endométrio na parede do útero.
Gabrielle enfrentou anos de tratamentos frustrados e sangramentos incontroláveis, o que resultou em um quadro de anemia e fadiga crônica. A dor era constante e interferia em sua vida diária, levando-a a uma busca incessante por alívio.
Finalmente, em 2018, após anos de desconforto, Gabrielle recebeu um diagnóstico definitivo de endometriose, seguido pelo tratamento infrutífero com progesterona. Em 2019, a única solução restante era a histerectomia, uma cirurgia que Gabrielle abraçou como sua última esperança de paz e bem-estar.
A cirurgia, realizada em fevereiro de 2020, foi um ponto de virada na vida de Gabrielle. Após anos de dor e angústia, ela finalmente encontrou alívio e paz de espírito. Hoje, Gabrielle celebra a qualidade de vida restaurada e busca aumentar a conscientização sobre essas condições debilitantes.
Sua jornada, embora marcada por desafios, é um testemunho da importância de reconhecer e enfrentar a dor feminina, bem como da necessidade de uma maior conscientização sobre a endometriose e a adenomiose. A história de Gabrielle ressalta a importância de ouvir e validar as experiências das mulheres, buscando diagnósticos precoces e tratamentos eficazes para essas condições debilitantes.